Emprestar o nome para terceiros, ainda que para alguém considerado de confiança, pode parecer um gesto simples e inofensivo, mas a verdade é que isso pode trazer sérios riscos.
Seja para financiar um bem, fazer um empréstimo ou até mesmo parcelar uma compra no cartão de crédito, quem assina o contrato é quem realmente assume a responsabilidade da dívida. Isso significa que, se a outra pessoa não pagar, o problema cai no seu colo.
Por isso, neste artigo, vamos mostrar os principais riscos dessa ação, o que pode acontecer com suas finanças e quais cuidados você deve tomar antes de dizer “sim” para esse tipo de pedido.
Continue a leitura para conferir!
Por que emprestar o nome é tão arriscado?
O maior perigo está no fato de que, legalmente, a obrigação de pagamento é sempre de quem assinou o contrato ou utilizou o cartão. Ou seja, se a pessoa que você ajudou deixar de pagar, a dívida automaticamente será sua.
Isso pode levar a consequências sérias, como:
- Nome negativado: caso as parcelas não sejam quitadas, seu CPF pode ser incluído no cadastro de inadimplentes, como a Serasa Experian.
- Queda no score de crédito: ter o nome sujo dificulta a liberação de empréstimos ou financiamentos.
- Juros altos: especialmente em dívidas de cartão de crédito, os juros acumulam rapidamente, transformando um valor pequeno em um grande problema.
- Dificuldades financeiras pessoais: mesmo mantendo suas próprias contas em dia, você pode acabar comprometendo sua renda com dívidas que não são suas.
Segundo uma pesquisa da Serasa Experian, emprestar o nome é a segunda maior causa de endividamento no Brasil, ficando atrás apenas do desemprego.
Quais cuidados tomar antes de emprestar o nome?
Se ainda assim, você decidir ceder a esse pedido para alguém, é essencial adotar algumas medidas para se proteger:
- Estabeleça regras claras: converse abertamente sobre valores, prazos e formas de pagamento. Combine se a pessoa vai pagar de uma vez ou em parcelas, de acordo com o vencimento das faturas ou boletos.
- Formalize o acordo: sempre que possível, faça um contrato simples com as condições estabelecidas e peça que a outra parte assine. Isso traz mais segurança e evita desentendimentos futuros.
- Peça uma garantia: definir um bem como forma de segurança pode ser uma boa estratégia. Caso a pessoa não pague, esse bem pode ser usado para cobrir a dívida.
- Não tenha receio de cobrar: se o pagamento não for feito no prazo determinado, não hesite em cobrar. É desconfortável, mas necessário. Afinal, você está arcando com uma responsabilidade que não deveria ser sua.
E se a dívida já está no meu nome?
Muitas vezes, a situação foge do controle e o nome acaba negativado. Se isso já aconteceu com você, existem alguns passos para reverter o problema:
- Converse com a pessoa que deixou de pagar: tente entender o motivo do atraso e proponha um novo acordo para quitar a dívida.
- Renegocie com o credor: entre em contato com a instituição financeira ou empresa responsável pela cobrança e busque condições melhores. Quanto antes isso for feito, menor será o valor acumulado em juros e encargos.
- Mantenha os pagamentos em dia: após renegociar, cumpra fielmente o novo contrato. Desse modo, seu nome será retirado da lista de inadimplentes e seu histórico de crédito começará a se recuperar.
Vale a pena emprestar o nome?
Na prática, a resposta mais segura é não. Por mais que você queira ajudar, os riscos de emprestar o nome podem comprometer sua vida financeira por meses ou até anos. É importante lembrar que amizade e família são fundamentais, mas não devem colocar em risco a sua estabilidade econômica.
Você pode oferecer apoio de outra maneira, como ajudar na organização financeira da pessoa, indicar opções de crédito mais acessíveis ou até mesmo acompanhá-la em uma negociação. Assim, você dá suporte sem se arriscar.
Lembre-se: antes de assumir esse tipo de compromisso por alguém, reflita bem sobre as consequências. Cuidar do próprio crédito é essencial para manter a saúde financeira.